Posição firme
As escalas de trabalho estão no centro das discussões no Brasil, gerando intenso debate. O Sindicato dos Empregados no Comércio de Rio Grande tem posição firmada, após muita avaliação, sobre os benefícios para a categoria. O presidente da entidade, Paulo Arruda, defende o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho com um de folga) e apresenta forte argumentação na defesa da proposta de 5×2. Para Arruda, a escala de cinco dias de trabalho seguidos de dois de descanso, geralmente no sábado e domingo, iria corrigir distorções que hoje só prejudicam o empregado e não beneficiam a evolução do mundo do trabalho. O sindicato entende que o sistema de 6×1 provoca desgaste físico e mental para o trabalhador, e um dia apenas de descanso não é suficiente para recuperar suas energias.
Cita que tem visto o aumento das doenças do trabalho diante da pressão dos empregadores pelo atingimento de metas, causando efeitos ainda mais devastadores na saúde do trabalhador. Além dos elevados níveis de estresse e ansiedade, a incidência de problemas de coluna, lesões por esforço repetitivo e tantas outras patologias estão associadas ao trabalho excessivo do regime de 6×1, acometendo, dentre tantos outros, empregados nas funções de caixa e empacotadores. “O empresariado não investe na saúde dos empregados, muitos dos quais acabam adquirindo até severas doenças degenerativas”, citou Paulo Arruda. Quem paga a conta disso é a sociedade, que acaba arcando com o aumento dos custos do Sistema Único de Saúde (SUS), onde os trabalhadores majoritariamente buscam atendimento. “Os lucros só enriquecem muitos patrões, à custa do abarrotamento do SUS, situação que precisa ser revertida”, alfinetou o dirigente sindical.
ESCALA 5×2
Na defesa da mudança do regime para cinco dias trabalhados e dois de descanso, o dirigente Paulo Arruda defende que a escala de 5×2 amenizaria a pressão em cima do trabalhador, que iria desfrutar de maior descanso e lazer, estimulando a tão desejada e necessária agregação familiar. Outro reflexo que põe por terra qualquer alegação de suposto desaquecimento de empresas é a compensação para a economia dos municípios e do país com setores, como do entretenimento e lazer passando a ter rentabilidade através do aumento da procura pelos trabalhadores e suas famílias.
PURA FALÁCIA
O presidente sindical sepultou a argumentação de uma pretensa perda de postos de trabalho feita por muitos empresários que tentam desmerecer a escala 5×2. “Isto é pura falácia de quem quer seguir explorando sem preocupação social e humana com os empregados”, disse Arruda, afirmando que inúmeras outras frentes serão abertas em outros campos de atividade com o regime 5×2. Os impostos serão compensados, disse Paulo Arruda. Ele também mencionou o aspecto da absorção de mão de obra com satisfação e qualidade na sua prestação, o que também se reflete na manutenção dos trabalhadores empregados e felizes, evitando que alguns possam enveredar por caminhos da marginalização social.